Fazendo umas leituras online pelos jornais nacionais, deparo-me com a notícia que a RAVE poupou nada menos que 900 milhões no projecto TGV.
Segundo o administrador Carlos Fernandes para o Jornal Público, houve "um melhor aprofundamento dos estudos e a divulgação dos mesmos de modo a facilitar a vida aos concorrentes, uma tecnologia de ponta australiana para mapear terrenos, e uma boa articulação do traçado do TGV com a Rede Eléctrica Nacional (REN) permitiram que a linha de alta velocidade entre o Poceirão e Caia, estimada inicialmente em 2260 milhões de euros, acabasse por ser adjudicada por 1359 milhões de euros. Ou seja, uma redução de 40 por cento no projecto".
O administrador entende que "se tivéssemos dado de empreitada um projecto fechado para a construção da linha, isso não daria tanta liberdade aos concorrentes para o optimizarem, mas, como aprofundámos estudos e demos toda a informação, os consórcios puderam trabalhá-la e encontrar soluções que baixaram os preços".
Fundamental para que o projecto seja menos caro, foi "a elaboração de traçados alternativos virtuais, tendo sido um dos aspectos mais optimizados neste processo graças a um poderoso software de última geração da empresa australiana Quantm. A Rave foi pioneira na sua utilização e pôde, assim, varrer o terreno virtual do corredor entre o Poceirão e Caia e encontrar milhares de traçados alternativos ordenados em função do custo e das características técnicas. Esta informação foi, depois, entregue aos consórcios que escolheram as suas soluções." Segundo Carlos Fernandes, "graças a isto foram poupados entre 300 a 400 milhões de euros no projecto".
Apesar do enorme valor que vai ser a factura deste projecto, a RAVE tem conseguido "emagrecer" a despesa, e isso é de agradecer.
Mas há mais, pois "numa outra frente, a RAVE e a REN juntaram-se e planearam entre ambas a melhor localização das subestações onde é transformada a energia eléctrica de muito alta tensão para os 25 mil volts com que será alimentada a via-férrea. Como a REN está também a construir a sua rede no Alentejo, foi possível encontrar pontos de contacto com a rede ferroviária em Pegões, Évora e Elvas que permitiram reduzir de 108 para 36 milhões de euros o custo das infra-estruturas eléctricas para o TGV".
Carlos Fernandes diz que grande parte das poupanças foi conseguida "porque foram dadas as ferramentas para os privados poderem trabalhar e optimizar soluções". É que, por via da qualidade do projecto, nenhum consórcio poderia aí fazer a diferença, pois todas as normas técnicas de uma linha de alta velocidade estão predefinidas internacionalmente. "Logo, todo o nosso foco esteve voltado para a redução do custo, o que foi conseguido".
Significativo foi o que li noutra notícia do Público, em que o TGV poderá criar 36 mil postos de trabalho no Turismo em 20 anos. "Num estudo encomendado pela RAVE, a Deloitte prevê que a alta velocidade provoque aumento da entrada de turistas espanhóis em Portugal. A eliminação de barreiras psicológicas nas viagens proporcionadas pelo comboio de alta velocidade, a sua comodidade e a possibilidade de se poder trabalhar a bordo, vão provocar um aumento das viagens entre Portugal e Espanha com impactos muito significativos no turismo. A consultora Deloitte estimou que o valor acrescentado potenciado por este sector em 2030, induzido pela alta velocidade, será de 553 milhões de euros, com um aumento de 36 mil postos de trabalho".
O estudo fala do mercado espanhol como factor de desenvolvimento económico em Portugal, pois "ao ligar a rede ferroviária portuguesa à espanhola, a alta velocidade vai proporcionar um mercado interno alargado de 58 milhões de consumidores ibéricos. O documento diz que dentro de duas décadas haverá um acréscimo de 1,3 milhões de dormidas de turistas espanhóis em Portugal, um valor que, ainda assim, só corresponde a 0,4 por cento das 311 milhões de dormidas de nuestros hermanos em Espanha em 2006".
São estudos, valem o que valem, mas penso que são interessantes e que nos podem dar uma noção do que poderemos vir a beneficiar com o tão falado TGV. Este estudo da Deloitte toca em especial no terreno do turismo e na quantidade de visitantes que poderão vir de Espanha.
Aqui para a nossa região não será tanto assim, se bem que poderemos ter algum movimento desde que consigamos tornar as nossas muralhas Património do Mundo. Penso, e já o referi por diversas vezes, que fundamental para Elvas será a linha do comboio de mercadorias e a Plataforma Logística, que originarão muitos postos de trabalho numa cidade em que o desemprego tem vindo a aumentar significativamente.
Que venham depressa!!!!
(fonte Jornal Público - link 1, link 2)
Scottish
Uma Paixão, uma opinião pessoal
1 comentário:
Sempre muito positivo saber que a nossa amada terra vai ser "banhada" por uma via de transporte internacional de alta veocidade, com o possível aumento de turistas e o desenvolvimento económico q possívelmente nos trará. Mas também temos que saber se vamos levar banhadas de outros projectos aprovados para a nossa região e que têm influencia directa com este teu amigo aqui; estou a falar obviamente da anunciada a nivel governamental, prisão de Elvas, promessa efectuada com pompa e circunstância que resultou no fecho de uma instituição centenária, e afastou para longe alguns cidadâos elvenses. Alguem que me consiga responder se estas promessas são para cumprir, ou se aproveitam a boleia e vão no TGV das sete, com destino ao esgoto mais perto. Abraço Bro. Miguel.
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