Congratulo-me por ver a autarquia tomar esta atitude, num momento de profunda crise nacional a que Elvas não é imune, e penso que deverá haver muita prudência no orçamento de 2011 em outras rubricas.
O problema desta decisão é que a autarquia já (mal) habituou as instituições a disponibilizar verbas para todo o tipo de festas, sem terem de recorrer a apoios financeiros privados. Será um problema complicado de gerir, pois o hábito de pedir à Câmara dinheiro para se promoverem eventos está enraizado há muitos anos. Rondão Almeida acostumou as instituições a não se preocuparem que a autarquia resolvia os problemas, mas agora decidiu cortar em metade o orçamento para festas. Sinceramente penso que a percentagem da redução ainda é baixa para os momentos que vivemos, e esperemos pelas reacções quando ouvirem a palavra NÃO.
O próprio Presidente afirmou que “infelizmente já temos adjudicado o concurso para a iluminação de Natal, caso contrário também seria alvo de cortes no investimento”, referindo ainda que “por mim em 2011 não haveria Carnaval”.
Se a iluminação natalícia do Centro Histórico já está adjudicada e agora não se pode voltar atrás, penso que o Carnaval poderia ter uma redução significativa da aposta financeira da autarquia. Analisando os Corsos, creio que a grande maioria dos milhares de pessoas que assistem todos os anos ao melhor Carnaval do Alentejo, preferem ver as coreografias executadas pelos grupos do nosso concelho. É nestes grupos que centramos as nossas atenções e a aposta terá de ser feita nos de cá. É justo dizer que as “comparsas” de Badajoz trouxeram a diferença de qualidade no carnaval elvense, mas para trazer essas “comparsas” é necessário um elevado dispêndio económico, podendo essas verbas serem canalizadas para a melhoria dos nossos grupos. Creio mesmo que o nível dos grupos elvenses é muito bom e com tendência a melhorar, e que um Carnaval feito só com as nossas gentes será na mesma um grande Carnaval e mais barato sem dúvida.
Em contrapartida Rondão Almeida garantiu que para 2011 “o investimento nas obras do concelho vai continuar”. Serão “entre 20 e 25 milhões de euros em obras públicas de origem municipal”. É uma boa notícia, pois sem investimento não há crescimento. Já que os cofres da Câmara gozam de boa saúde financeira, o investimento controlado é a opção correcta. Sobre onde deveria Rondão Almeida apostar falarei mais à frente.

Ainda no que respeita à polémica devolução dos aumentos por parte de 160 funcionários, o STAL emitiu um comunicado afirmando que “são mentirosas as declarações do Presidente da Câmara Municipal de Elvas à imprensa, através das quais pretende de forma ardilosa e com intuitos claramente manipuladores fazer crer que o STAL se terá recusado a fazer parte de uma comissão conjunta para negociar junto da Secretaria de Estado da Administração Local o problema da legalidade das medidas de opção gestionária”.
A Direcção Regional de Portalegre do STAL reafirma que "nunca foi contactado no sentido de fazer parte de qualquer comissão ou delegação com tal intuito. O STAL nunca fugiu ao diálogo. Pelo contrário, é o próprio Presidente da Câmara Municipal de Elvas que reiteradamente tem ignorado os diversos pedidos de reunião que lhe foram efectuados, quer pela Direcção Regional do Sindicato quer pela própria Comissão Sindical".
Depois de ler isto já não há quem entenda o que se passa. A Câmara afirma que a Comissão do STAL não quis fazer parte do grupo que iria a uma reunião com o Secretário de Estado. Depois do plenário do sindicato com os funcionários da Câmara, um trabalhador afirmou que não havia possibilidades de diálogo com o STAL, e que seriam os trabalhadores a reunir com o representante do Governo. Agora a Direcção Regional de Portalegre do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local emite um comunicado a negar que tivessem sido contactados, acusando Rondão Almeida de fazer crer que o sindicato se tinha recusado a integrar a comissão. Inclusivamente o STAL afirma que a Câmara tem reiteradamente ignorado diversos pedidos de reunião.
Mas afinal o que é isto? Quem está a mentir? É lamentável que continuemos com este fogo cruzado entre a Câmara e o STAL e as soluções não aparecem, ou melhor, sim aparecem, pois são os funcionários a terem de devolver o dinheiro à autarquia.
Deixem-se de querer ficar bem para a opinião pública e tratem de resolver os problemas dos trabalhadores. Resolvendo-os podem ficar tranquilos que todos saberão agradecer.
(fonte site Rádio Elvas)
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