T-Wine é sem dúvida uma das referências da noite elvense, não sendo à toa que o Três Paixões o considera como local que Vale a Pena.
Desde o seu início o estabelecimento sofreu alterações, tanto estruturais como de ideia base, sendo no princípio um local para o chá das 5, e à noite um restaurante privilegiando o sabor do bom vinho. Mais tarde a ideia não terá tido o sucesso desejado pelos irmãos Calado, e passou a ser um dos bares mais frequentados na nossa cidade.
É o local preferido de muitos, para outros não tanto, sendo justo dizer que o T-Wine é um bar bem concebido, com bom ambiente, e com um proprietário dinâmico, sempre com ideias no sentido de promover o local.
É precisamente com o amigo Zé Calado, o Boss como simpaticamente lhe chamo, que esta semana falei, sobre o T-Wine e os seus projectos pessoais.
A entrevista é dividida em duas partes, sendo amanhã publicada a segunda.
Três Paixões - Como surgiu a ideia de criar um espaço único em Elvas, assentando mais na degustação de chá e vinho de forma a activar um culto, no caso do chá, mais “inglesado”, nada habitual na nossa região?
Zé Calado - A ideia surgiu numa fase inicial, da necessidade de criar um equipamento de apoio à empresa de vinhos, em que o objectivo era poder realizar degustações e conhecer os nossos vinhos sem ter de se deslocar à adega. Os chás vieram em simultâneo, até porque é um produto muitas vezes ligado às degustações e no qual não havia em Elvas nada que fosse alem do tradicional camomila e chá preto.
TP - Sendo arquitecto a imagem é uma das referências do estabelecimento. As fotos da transformação radical feita no bar, são partes importantes na decoração interior. As obras duraram quanto tempo?
ZC - As obras…, iniciaram em 98, pararam 2 anos, recomeçaram em 2000 com alguns problemas, e de 2003 a 2004 é que se realizou a grande parte do projecto. Portanto, o tema principal que inspirou a decoração do T-Wine, tinha de ser as obras de reabilitação do espaço, pela sua dificuldade e complexidade. Na minha opinião deixou um registo do passado bastante interessante.
TP - A inauguração foi o momento mais marcante do T-Wine? Qual a festa mais bombástica?
ZC - Foi um dos mais marcantes, foi a minha estreia no ramo da restauração, e a apresentação do meu primeiro projecto em Elvas. O T-Wine pode gabar-se de ter tido um par de festas bombásticas, mas a mais "bombástica" acho que foi a festa de despedida no final do segundo ano. Uma festa feita em conjunto com a donnaire, na qual superamos todas as expectativas ao atingirmos quase 400 pessoas num espaço como o do T-Wine. E sem dúvida um ambiente ao mais alto nível.
TP - O projecto Tea & Wine não teve o êxito pretendido, dentro de um contexto original e inovador em Elvas. Qual a tua opinião para a ideia não ter conquistado a aceitação dos elvenses?
ZC - Discordo um bocado. Na minha opinião acho que tanto o primeiro conceito como o segundo tiveram êxito, a questão era que o primeiro ocupava uma grande parte do meu tempo, e não poderia nunca ser encarado como um part-time, o que fez com que se tornasse difícil lidar com os meus projectos e a vida de "taberneiro".
TP - Ao se aperceberem que algo tinham de fazer por falta de tempo, qual foi a ideia para voltar a colocar o Tea & Wine na rota das preferências?
ZC - A necessidade de existir um espaço onde o ambiente, a musica e o serviço fosse um bocado mais cuidado. O T-Wine tinha todos os ingredientes para se tornar nesse bar que faltava em Elvas.
TP - Actualmente a denominação do bar é T-Wine em vez do inicial Tea & Wine. Foi uma forma de estabelecer as diferenças entre a ideia original e o conceito actual?
ZC - Sim. T-wine|café , até porque ninguém dizia vamos ao Tea & Wine , mas sim ao Ti, ou T-Wine, e sim alterou a ideia inicial, para um conceito mais de bar/noite, mas manteve a essência, o vinho e chá.
TP - Com a mudança, os dois irmãos dividiram-se na gestão dos vários negócios familiares. O teu irmão está a gerir os vinhos, e tu com a licenciatura em arquitectura, és o responsável de imagem dos vinhos, hotel e restaurante, assim como gestor do T-Wine. Estás a fazer aquilo que realmente gostas, ou preferirias atingir outros objectivos na arquitectura?
ZC - Sem dúvida, gostaria de me dedicar ainda mais à arquitectura, mas acho que consigo fazer o que realmente gosto. Tudo o que se relaciona com imagem, publicidade e organização de eventos, tanto nos vinhos como na restauração e hotelaria. Contudo a área que nestes últimos 4 anos me dediquei mais e com a qual mais desfruto, é o design e cada vez mais a arquitectura.
Amanhã não perca a segunda parte da entrevista ao Boss Zé Calado.
Scottish
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