quinta-feira, 30 de junho de 2011

Novo Governo já nos tramou!

O novo Governo liderado por Pedro Passos Coelho já nos tramou! Não que a notícia nos tivesse surpreendido, pois há muito tempo que o PSD apregoava que o projecto de Alta Velocidade Poceirão-Caia devia parar. Já o fez, e mais uma vez o Alentejo volta a ser uma região que não interessa desenvolver por parte de quem agora gere os destinos dos portugueses.

Este assunto já mereceu vários posts e comentários no Três Paixões assim como noutros blogues elvenses, mas agora falamos de uma decisão que volta a estancar o progresso da nossa região. O novo Primeiro-Ministro seguiu as ideias anteriormente defendidas por Manuela Ferreira Leite, e suspendeu a ligação Poceirão-Caia, vital para a melhoria económica da nossa região. Não podemos esquecer que este projecto é estruturante, já que para além do TGV, temos a linha de mercadorias que ligaria Sines à Plataforma Logística do Caia, e esta é realmente a parte mais importante do projecto para Elvas.

Além da indignação alentejana há também a espanhola, tanto do Governo de Zapatero como do líder da oposição Mariano Rajoy, que pretende uma reunião entre o Governo recentemente formado da região da Extremadura, por sinal também de direita, para tentar demover o Governo português desta nefasta decisão que prejudica o Alentejo e a Extremadura. A linha de TGV na parte espanhola até Badajoz, só se justifica se a linha for Lisboa-Madrid, tendo em conta que o projecto é de interesse europeu.

A suspensão da linha Poceirão-Caia marca negativamente o futuro do Alentejo. No entanto o Governo no programa divulgado na passada terça-feira, considera que o projecto "poderá sujeitar-se a uma reavaliação, incluíndo o seu conteúdo e calendário, numa ótica de otimização de custos, à luz dos novos condicionalismos, e que deverá ter em conta o estatuto jurídico dos contratos já firmados". Poderá sujeitar-se a reavaliação... Como não sejam os espanhóis ou mesmo a Comissão Europeia a convencer Passos Coelho que devem continuar o projecto, penso que isto é mais um conto do vigário.
O novo Aeroporto de Lisboa parece ser mais importante e esse não recebeu ordem de suspensão, dizendo o Governo que há vontade de "prosseguir a modernização das infraestruturas aeroportuárias, reavaliando a oportunidade de construção de um novo aeroporto". Isto já não é Alentejo...

Já se fala em indemnizações na ordem de 150 milhões de euros pela suspensão. Vale a pena parar um projecto que daria muitos postos de trabalho, tanto na construção da linha, como depois de feita com a Plataforma Logística, movimentando assim a economia local e regional, e pagar tanto dinheiro? Sabemos que vivemos dias muito difíceis e que há que reduzir o défice urgentemente, mas vejam que esta suspensão aniquila o futuro de uma região condenada ao esquecimento de todos menos dos Alentejanos!

foto: Semanário Sol

Scottish
Uma Paixão, uma opinião pessoal

2 comentários:

André Miguel disse...

Quem nos tramou foi o despesismo do anterior (des)governo.
Quanto ao TGV mantenho a posição de que em nada beneficiará a nossa cidade, só irá acentuar a nossa "periferia" (veja-se como exemplo a auto-estrada A6).
Já a linha de mercadorias e a plataforma logística serão projectos importantes, mas não nos moldes em que estão a ser desenvolvidos pelos diferentes intervenientes.
O tema é complexo e dá pano para mangas, mas no meu blogue fiz há pouco uma reflexão mais alargada sobre o mesmo.

Anónimo disse...

O André Miguel é um doente do PSD, por isso mesmo que o PSD deitasse Elvas abaixo estava tudo muito bem feito.

Se esta fosse uma medida do PS já andava aqui a dizer mal e a ofender o Primeiro-Ministro, mas como é do seu Passos Coelho, está tudo maravilhoso e até faz reflexões alargadas!

Que vergonha!
O PSD e o CDS vão destruir Elvas porque em Elvas temos pessoas destas que só olham para os partidos.

E ainda falta o Hospital. Os do PSD e do CDS de Portalegre estão a esfregar as mãos de desejo de o fecharem.

E já que o André Miguel fala em despesismo, devia saber que começou com o seu padrinho Cavaco Silva, quando foi 10 ano primeiro-ministro pelo PSD. Foi ele que meteu administrativamente milhares de pessoas na função pública sem precisarem de concurso e aprovou o regime de carreiras que levou o Estado a gastar milhões de euros ao longos destes anos todos colocando milhares de funcionários no topo das carreiras.