4ª Feira de Cinzas

Como tinha dito no anterior post, hoje vou fazer o balanço do 14º Carnaval Internacional de Elvas. Muito positivo, com o senão de novamente termos sido esquecidos pelos media nacionais, e de o São Pedro não ter colaborado no dia de ontem, não permitindo que o terceiro corso saísse à rua pela muita chuva que se fez sentir. Em vez disso os participantes e comissão organizadora juntaram-se na tarde de ontem no Centro de Negócios Transfronteiriço, para um lanche-convívio que encerrou o carnaval deste ano.

Temos de dar os parabéns a todos os que participaram direta e indiretamente para que esta edição do entrudo elvense fosse um verdadeiro êxito. Entre os dois corsos do fim-de-semana, o desfile escolar e a grande festa do Coliseu na noite de segunda-feira, foram uns largos milhares de pessoas que se movimentaram para ver os meses de trabalho que todos tiveram para que tudo corresse de feição. Também dou os parabéns aos que mantiveram a tradição do carnaval trapalhão, com destaque para as "mangeronas" que ano após ano vai tendo novos elementos.
Mas neste grupo não estava a principal "mangerona" de Elvas. Para alegria dos muitos amigos que tem, o Ruca participou no Carnaval, colocando completamente de lado todos os problemas de saúde que o abalaram. É enorme a recuperação de uma pessoa que não se rende as adversidades da vida, e por isso orgulho-me de dizer que o Ruca é o MAIOR.

O desfile coreográfico na principal sala elvense foi a novidade desta edição, e deve-se dizer que foi um verdadeiro acerto da Câmara Municipal de Elvas. Foi a forma dos grupos elvenses poderem mostrar a todos os que praticamente encheram as bancadas do Coliseu, as suas coreografias, o seu colorido, o seu som, de uma forma mais elaborada, melhor preparada. No fim de uma noite muito interessante pelo bom trabalhado apresentado pelos grupos, a cereja no topo do bolo da festa, a atuação do grupo espanhol Primera Fila, que conseguiu por toda a gente a dançar animadamente.

Mas foram os corsos que trouxeram colorido e animação ao Centro Histórico da nossa cidade, sentindo-se, mais uma vez, que as ruas por onde passaram os foliões, são demasiado estreitas, condicionando as coreografias de todos os grupos. Este penso ser um dos grandes problemas para que os corsos tenham ainda mais qualidade. Entre as pessoas, as ruas estreitas e os seus passeios, os grupos não conseguem mostrar todo o esplendor do seu trabalho, e por isso este Humilde Observador pede à edilidade que repense a localização de tão grande evento, tendo em conta a zona da Avenida da Piedade como a provável melhor solução.

Aceito que os corsos sejam feitos no Centro Histórico para desta forma haver movimento, de os vários cafés, bares e pastelarias poderem tirar bons rendimentos dos milhares de pessoas que assistem aos corsos. Mesmo parecendo um contra-senso, penso que para a evolução das coreografias, para podermos ter um maior número de pessoas a assistir mais confortávelmente aos corsos, colocando algum tipo de bancadas a pagar, podendo-se desta forma tirar alguma receita, creio que poderiam ser situações a estudar.
Um senão que me parece ter sido de desagrado geral, foi o enorme espaço que houve entre os três primeiros grupos do corso de sábado. Esta é uma situação que pode e deve ser analisada, pois com o intenso frio que tivemos nessa tarde e havendo mais de 20 grupos a desfilar, houve pessoas que ao passarem os reis do carnaval foram embora, não vendo as(algumas) comparsas espanholas. É mau pois nesta edição tivemos a maior participação de sempre de grupos do outro lado da fronteira, e tudo fizeram para mostrar a sua qualidade. E tão bem o fizeram que vimos ter muito trabalho pela frente para podermos chegar ao patamar do carnaval pacense. Notei isto em especial com os ritmos agradáveis e variados, com umas coreografias diferentes, da Comparsa Lancelot.

Não sei se existe algum prémio ao melhor grupo, mas se houvesse e penso mesmo que deve haver para elevar a qualidade dos trabalhos, o prémio iria para a Associação Recreativa de Varche. Foram brilhantes no ritmo, mostraram coreografias muito bonitas, e todos os elementos a participar com vontade, com alegria. Acredito que um prémio monetário interessante faria trabalhar melhor todos os grupos, pois infelizmente houve gente a mostrar pouca vontade, a fazer "frete" como diz o Zé de Mello no seu blogue. Alguns participantes devem repensar esta posição, pois assim são os grupos que perdem o interesse do público.

Mas tudo isto arrancou na sexta-feira com o Desfile Escolar. Mais de um milhar de crianças participaram no seu particular carnaval, havendo alegria, participação e muita cor num dia que acordou cinzento mas que respeituosamente o São Pedro não estragou com chuva.

Uma palavra especial para os Reis do Carnaval. João Maria Carvalho e Inês Ramos estiveram brilhantes durante o seu reinado, mostrando muita alegria em grande espírito carnavalesco.

A seguir deixo quatro slides onde se pode ver a cor do Carnaval Elvense e umas pinceladas do que houve no domingo em Badajoz.
Para o ano há mais e a preparação do 15º Carnaval Internacional de Elvas começa hoje!

Scottish
Uma Paixão, uma opinião pessoal