No passado Sábado o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano, esteve presente na Herdade Dona Joana, para entregar um apoio financeiro de 2,5 milhões de euros, ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Anunciou aos convidados presentes o apoio a vários investimentos que se realizarão no consórcio italo-espanhol, que segundo o ministro "vêm promover a internacionalização dos produtos portugueses, algo que deve ser encarado como um contributo para o alargamento do mercado comercial português".
Devido ao sentido de internacionalização da Herdade Dona Joana, António Serrano disse mesmo que "esta empresa é uma motivação e um orgulho para todos nós", pelo facto da sociedade agrícola ter no seu plano de negócios "80 por cento da produção destinada à exportação e os restantes 20 por cento para o mercado nacional".
Segundo estas palavras, parece que uma empresa sediada em Elvas é exemplo para todo o mercado português. Quem diria... De sermos esquecidos a passar para exemplo e orgulho nacional...
O ministro garantiu que o Governo vai apostar na internacionalização do setor agrícola e agroindustrial, e para isso está a "trabalhar na criação de um programa de apoio". O objectivo é "ajudar o agricultor não só a produzir para vender internamente, mas ajudá-lo a internacionalizar-se para que os nossos produtos cheguem às cadeias internacionais".
Nesta afirmação concordo com o ministro, devemos internacionalizar o nosso setor agroindustrial, não pelo facto de podermos alargar o nosso mercado, mas sim para podermos simplesmente vender! Sim, porque o mais normal é vermos nos mercados diários ou nos hipermercados fruta oriunda de todo o mundo menos de Portugal, para não falar do nosso Alentejo!
A Herdade Dona Joana - Sociedade Agrícola, Lda terá a possibilidade de aumentar a exploração em 37 hectares de área regada e produzir ameixas, pêssegos, nectarinas e alperces. A fruta fresca será exportada para a Europa do Norte, América do Sul e sudoeste Asiático, e com este investimento serão criados 56 postos de trabalho permanentes e 127 sazonais, num total de 672 que estão previstos na globalidade do projecto, estando previsto o pleno de produção para 2013.
Atanásio Naranjo, gerente da Herdade Dona Joana, mostrou a sua satisfação pelo apoio e reconhecimento do seu projecto de 21 milhões de euros, por parte do Governo português. Também se congratulou pelo apoio dado a mais 12 projectos de jovens empreendedores. Segundo o empresário espanhol, os projectos devem ser autónomos tendo por base o investimento privado, mas havendo apoios por parte do Estado para a sua dinamização, será mais fácil e faz-se justiça. Em falta está a construção da Central Hortofruticola, revelando que as obras deverão arrancar para o próximo Outono/Inverno.
(fonte site Rádio Elvas e Jornal de Notícias, foto Rádio Elvas)
Parece que finalmente há boas notícias em Elvas. A Herdade Dona Joana tornou-se um exemplo para o Governo, tendo entregue um apoio de 2,5 milhões de euros para a dinamização da empresa, mas há mais...
O Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, o PIDDAC, para este ano o distrito de Portalegre foi contemplado com 2,7 milhões de euros. Destes, 2,3 milhões serão atribuídos a Elvas para a construção do estabelecimento prisional de Vila Fernando, e para as infra-estruturas da Plataforma Logística no Caia.
Fico contente por Elvas ser vista em Lisboa com olhos que parecem vislumbrar desenvolvimento, mas um apoio de 0,3 milhões para o resto do distrito no mínimo parece-me ridículo. Por situações destas é que ninguém acredita num futuro risonho, muito menos na classe política nacional, agravando-se o descrédito para este esquecido lado de Portugal. Que o digam os concelhos de Arronches, Campor Maior, Crato, Fronteira, Marvão, Ponte de Sor e Sousel, que em 2010 não irão receber um cêntimo.
Não fosse termos a sorte de um consórcio italo-espanhol decidir implantar-se em Elvas com perspectivas de futuro, de Espanha também querer a linha de TGV para ligar Madrid a Lisboa passando por Badajoz, e teríamos a mesma sorte.
Scottish
Uma Paixão, uma opinião pessoal
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