quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Conversas de Barbearia #59 - "Rondão derrota PS"


O rescaldo das eleições autárquicas 2021 em Elvas não podia faltar. "
Rondão derrota PS" é o tema da edição 59 das Conversas de Barbearia, e os quatro tertulianos simplesmente "abriram o livro". Foi analisado o porquê da derrota de Nuno Mocinha, a recuperação da cadeira do poder por Rondão Almeida oito anos depois, como poderá ficar o elenco camarário, a pluralidade que vamos ter na Assembleia Municipal durante o próximo mandato, e mais algumas coisas...

Não faltaram os desejos para os próximos quatro anos e o que se espera dos eleitos, ou seja, uma Conversa de Barbearia bem recheada, e numa só parte (esta é a novidade e nem sabemos como conseguimos). Não será necessário dizer, no entanto aqui vai. NÃO PODE PERDER o rescaldo das eleições.

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Scottish
Uma paixão, uma opinião pessoal

domingo, 12 de setembro de 2021

Conversas de Barbearia #58 (2ª parte) - "Autárquicas 2021"

 


Segunda parte de "Autárquicas 2021", uma edição especial pelo regresso das Conversas de Barbearia que vai de certo surpreender. Não percam, porque a intensidade do debate subiu a níveis nunca antes vistos!

Sim, também podemos debater com muita intensidade, mas SEMPRE pelo amor a Elvas e porque queremos que a nossa cidade tenha futuro.

Falamos de muita coisa, das campanhas eleitorais, dos programas, da cidadania ativa, do pós-eleições, damos os resultados que entendemos venham a acontecer no próximo dia 26 de Setembro. Podemos errar? Claro que sim. A única coisa que queremos ver é que os eleitores residentes no concelho de Elvas vão votar. Este é o maior desejo de todos. Votem para o bem de todos, não fiquem em casa. As contas fazem-se no fim.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Conversas de Barbearia #58 (1ª parte) - "Autárquicas 2021"


Finalmente! Os tertulianos voltaram para mais uma temporada de Conversas de Barbearia. Sentíamos grande espectativa neste nosso regresso, quase tanto como da série da Netflix "La Casa de Papel"...

Começamos a nova temporada com o tema mais falado do momento, as "Autárquicas 2021".

Tínhamos vontade de regressar à normalidade, de gravar a nossa tertúlia na Barbearia do Valdemar, onde efetivamente sentimos que deve ser feita. Foi por este motivo que demorámos meses a gravar, mas a pandemia condicionava estarmos juntos e as Conversas de Barbearia em versão online não é a mesma coisa.

O tema como devem esperar tem "pano para mangas", e como vem sendo habitual, dividimos a edição 58 em duas partes. Preparem-se e não percam esta conversa, porque "abrimos o livro"...

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A segunda parte é publicada amanhã.

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Merecido e sem espinhas

O Basquetebol é uma das minhas paixões e vou começar a falar mais desta paixão no blogue. Devo isso a mim mesmo e a quem gosta desta apaixonante modalidade. Vamos a isso!

 Agora que as coisas acalmaram, já posso comentar a última #CopaACB, que se disputou no passado fim-de-semana. O Barcelona venceu na final o Real Madrid por 73-88, 15 pontos de diferença que demonstram de forma clara e inequívoca a superioridade blaugrana. Para mal dos meus pecados - sou adepto confesso do Real Madrid desde pequenino - foi merecido e sem espinhas, já que os comandados de Jasikevicius foram muito superiores aos "blancos" ao longo de quase todo o jogo. E o que fizeram para serem tão superiores? Uma defesa impressionante, em especial na primeira parte, e um acerto no lançamento quase generalizado, onde o destaque vai para Cory Higgins, o justo MVP da competição. 

Na final até entraram melhor os da casa (a Copa disputou-se em Madrid), mas depois do 7-4 a favor, o Barcelona conseguiu um parcial de 0-14 para nunca mais perder a liderança. A grande defesa dos catalães obrigou ao descarto no lançamento dos de Pablo Laso. A isto juntou-se que o gigante Walter Tavares cometeu rapidamente duas faltas, e o técnico do Real Madrid teve de resguardar o cabo-verdiano para mais tarde. Disso se aproveitou o Barça, porque ao não ter Tavares pela frente, o ressalto foi dominado, assim como as finalizações perto do cesto. Não estranhou o 11-20 no final do primeiro período, com continuidade nos segundos dez minutos. A velocidade imposta por Jasikevicius dava frutos. A intensidade defensiva limitou muito o ataque do Real Madrid, que não conseguia acertar com o cesto. Os atiradores estavam em dia não, Tavares sem aparecer, e assim a diferença ficou quase irrecuperável. O parcial de 20-32 era demolidor, e a diferença ao intervalo já superava os 20 pontos (31-52).

Esperava-se uma reação do Real Madrid depois do intervalo, mas tardou em aparecer. Os erros no lançamento continuavam e o Barcelona mantinha a distância, até que a intensidade habitual da defesa merengue apareceu. As dificuldades aumentaram para o Barça e viram a vantagem diminuir, muito por culpa da ligação em ataque de LLull e Tavares, no melhor período do cabo-verdiano. Parcial de 19-17 no terceiro período para o Real Madrid, 19 pontos de diferença que muitos já adivinhavam impossíveis de recuperar. Nos derradeiros dez minutos o Real Madrid conseguiu através da defesa estar a 12 pontos e posse de bola, mas foi o máximo que conseguiu. O acerto no lançamento exterior de Higgins e Abrines manteve a distância do Barcelona no marcador. Parcial de 23-19 infrutífero para a "remontada" dos merengues e triunfo justíssimo e merecido do Barcelona, porque neste momento é melhor equipa. 

26ª Copa ACB para o Barça (o Real Madrid tem 28) e primeiro título de Mirotic com as cores blaugranas. O hispano-montenegrino com passado merengue, viu finalmente como conseguia superar pela primeira vez o seu ex-clube. Parabéns ao Barça porque foi sem dúvida um justo vencedor.

O Real Madrid conta com várias baixas de vulto por lesão. Anthony Randolph, Rudy Fernández e Jeffery Taylor estão lesionados, juntando-se Garuba, Tavares e Llull que para nada estão fisicamente a 100%, e sem esquecer que em dois anos perderam os dois melhores bases a jogar na Europa, Doncic e Campazzo. Com a crise praticamente não houve investimento por parte do clube e a equipa está "velha". Quando Doncic foi para a NBA, o Real Madrid contratou Nico Laprovittola, o MVP da ACB em 2019, mas o argentino tarda em mostrar o seu potencial. Este ano a saída de Campazzo, também para a NBA, não teve direito a um substituto, confiando-se a direção da equipa ao jovem Carlos Alocén, Sérgio LLull, a ajuda de Alberto Abalde e Laprovittola... Apenas entrou Alex Tyus para substituir Randolph (só regressa na próxima época) e ajudar Tavares na luta pelas tabelas, mas as expetativas não foram cumpridas. Sem investimento é complicado...

Uma curiosidade muito comentada em Espanha, que poderia ter ditado um desfecho diferente a esta Copa. Na edição de 2017 há um campo atrás na última jogada do Real Madrid frente ao Morabanc Andorra, que levou ao empate e consequente prolongamento com um triplo de Randolph. Foi claro, Llull pisou a linha de meio campo, os árbitros não sancionaram e os adeptos do Andorra e do Barça nunca mais esqueceram a jogada. Este ano foi ao contrário. No jogo de quartos-de-final frente ao Unicaja, na última jogada Brandon Davis, poste do Barcelona, fez uma clara falta por puxão de camisola a Abromaitis, quando surgiu o cesto do empate que levou o jogo a prolongamento. Era cesto e falta, que com o lance livre convertido poderia ter dado a vitória aos de Málaga. 

A história desta Copa podia ter sido outra, como podia ter sido em 2017...

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Foto: ACB

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Há coisas difíceis de entender

Creio que infelizmente já estamos habituados, porque a (des)informação é mais que muita, mas que há coisas difíceis de entender não tenho a menor dúvida. Na sondagem para o Porto Canal e semanário "Nascer do Sol" (ex-Sol) feita pela empresa Eurosondagem, o PS atinge os 39,3% nas intenções de voto dos inquiridos. O estudo foi feito após as Eleições Presidenciais e em plena terceira vaga de Covid, situação que ainda mais me confunde.

O PS obtém, segundo a sondagem, quase tantos votos que a direita toda junta, o que me baralha por completo. E porquê? Simples. É que com tanta asneira feita na gestão sanitária e económica da pandemia, estes números são, para mim, muito difíceis de entender. Os comentários que vou lendo nas redes sociais, as conversas que tenho com amigos, em que de uma forma geral a crítica ao (des)Governo é unânime, então como é possível o PS obter tamanho resultado? Não faço ideia. Das duas uma. Ou as pessoas falam, criticam e depois escolhem na mesma a continuidade de António Costa, ou temos que duvidar das sondagens. Em que ficamos? Não sei, mas que me custa acreditar nestes números disso não duvidem. 

O PSD obtém 27,2% das intenções de voto, menos 12,1% que o PS, e o Chega passa a ser o terceiro partido mais votado, com 7,3%, situação que nada me surpreende face ao resultado de André Ventura nas Presidenciais. A seguir vem o BE com 6.9%, a CDU com 4,8%, a IL com 3,0% supera o CDS com 2,5%, e fecha o PAN com 2,2%. A sondagem considera que a percentagem de erro máximo é de 3,07%, com um grau de probabilidade de 95%.

Que análise se pode tirar disto, considerando que a sondagem tem algum realismo face ao cenário que vivemos em Portugal? Que não percebo os portugueses. E não acredito que estes números sejam consequência do que Marcelo Rebelo de Sousa disse sobre uma eventual crise política. Se o Presidente da República fala reiteradamente de que vai fazer de tudo para evitar problemas na governação, afastando qualquer cenário de crise, é porque entende que poderia acontecer, certo? Então como é que o PS obtém quase quase 40% das intenções de voto? Mistério...

Depois temos o facto do partido líder da oposição estar 12,1 p.p. abaixo, uma margem bastante grande para reduzir. Mais quando Rui Rio tem tido uma atitude apaziguadora na gestão da pandemia, sendo mais colaborador do que opositor, numa clara intenção de não fomentar uma crise política. Penso que esta atitude é a correta, mas para muitos demonstra uma postura frágil. Mais recentemente, a proposta de adiamento das Autárquicas por dois meses foi criticada por autarcas do próprio partido. Outra situação é o facto de não descartar um acordo com o Chega, decisão nada consensual para muitos militantes sociais-democratas. Rui Rio não está cómodo como líder do PSD, tem alguns nomes importantes dentro do partido que lhe fazem oposição, e isso só prejudica. Tem muito trabalho pela frente, com as Autárquicas como grande prova de fogo de cara às Legislativas de 2023. Penso acima de tudo que Rui Rio tem de expressar de forma ainda mais clara aos portugueses qual o projeto que pretende para o país, qual a diferença com o PS para convencer o eleitorado. Terá de ser mais oposição mas sem ser infiel aos seu princípios e ao facto de querer, e bem, evitar uma crise política pela pandemia.

António Costa está a sorrir com os números desta sondagem. Mas as sondagens não são eleições reais, e os números poderão ser diferentes... O PS é líder absoluto nas escolhas dos portugueses, segundo o estudo, mas deve saber que vai ter uma fatura pesada nas urnas de voto pelas borradas na gestão da pandemia, em especial pela decisão de "oferecer" um Natal normal aos portugueses. Volto a dizer que os principais culpados do que se passou em Janeiro são os portugueses. O povo é burro e só faz o que quer. Não aprendemos e depois temos os resultados que todos sabemos. No entanto a burrice política e sem sentido de aligeirar as medidas no Natal e Fim de Ano, levou a que tivéssemos quase tantas mortes só em Janeiro como desde Março até Dezembro. O que aconteceu? Nada, para variar. Tivemos o assumir de responsabilidades por parte do Primeiro-Ministro, mas no que resultou? Nicles, zero. Apenas ficou bem na fotografia dos jornais. 
Parece que está longe a forma como a "geringonça" conseguiu recolocar o país num rumo mais positivo. Sim, fizeram coisas boas e isso é do conhecimento e da aceitação geral. No entanto e com o afastamento dos parceiros de esquerda nos últimos tempos, o PS vai ter uma segunda parte do mandato com problemas que não sei se serão prejudiciais de cara às Legislativas. Há que planear e não reagir com decisões em cima do joelho, e isso tem levado ao virar de costas da CDU e do BE.

Sobre o Chega falarei daqui a uns tempos, assim como da profunda crise do CDS sem fim à vista.

Os eleitores devem pensar que a cruz que vão marcar no boletim de voto nas próximas Legislativas, não é só porque pensam que a escolha é o melhor projeto para o país. Devem pensar que a política mudou e que dificilmente algum partido irá conseguir uma maioria absoluta, e por isso há que pensar nos eventuais acordos a seguir as eleições. Essas escolhas, esses acordos são os que nos governarão e isso deve ser pensado antecipadamente pelos eleitores. Se os militantes votam de forma convicta nos seus partidos, os que não têm qualquer ligação partidária devem alargar a sua forma de pensar e não votar apenas no "melhor projeto", mas também no eventual "melhor acordo" para o país.

Como digo, há coisas difíceis de entender, e a política com tantos tentáculos que absorvem tudo e todos, em que o importante é ganhar seja a que preço for, torna o nosso presente muito complicado e faz com que o futuro seja incerto, para não dizer negro...

Scottish
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Sondagem: Nascer do Sol
Foto: Expresso

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Novo arranjo nesta casa

Já há algum tempo que andava com vontade de um novo arranjo no blogue. Pretendia que tivesse uma versão mais simples para os visitantes, e um espelho de como me sinto. A ruralidade da imagem de fundo é de propósito, não foi obra do "tema" escolhido para o blogue, pois é o sentimento que tenho, o lado rural do nosso interior, que está muito esquecido lá para os lados de Lisboa, e que vai de encontro ao meu estado de espírito, apaixonado por esta terra, mas abandonado por quem de direito. 

A minha alma é alentejana, do interior desta região que faz parte do nosso Portugal. Sim, ainda tenho esperanças que algum dia se pense no país como um todo e que se abandone de uma vez a crescente dicotomia entre o litoral e o interior. Estou farto que só olhem para o interior quando temos eleições para nos "engulosarem" com a caneta, o porta-chaves, ou o autocolante da campanha, dizendo que vão ser diferentes, que o Alentejo merece uma mudança e depois "chapéu". 

Sou um otimista (não gosto nada como se escreve agora esta palavra) por natureza, e talvez por isso ainda penso que Portugal possa vir a ser muito melhor. Para isso é necessário que os atuais e futuros políticos/governantes deste cantinho à beira-mar plantado, pensem de forma diferente. Concordamos com isto? Seguramente. Acreditamos que seja possível? Provavelmente não. Mas eu continuo com esperança...

Voltando ao arranjo da casa, temos novo logótipo! Simples, atraente e bem estruturado, numa criação da minha querida sobrinha Núria. Obrigado minha linda!!!! É estudante de Relações Públicas e Comunicação Empresarial e entendeu que esta casa devia mudar de imagem. Um dia mandou-me por mail o logótipo e perguntou-me se gostava. Disse-lhe que sim e que estava contente, porque assim via que seguia as parvoíces que o tio, e mais três amigos nas Conversas de Barbearia, dizem por aqui. 

Hoje não toca Covid. Há muito mais para pensarmos do que apenas a desgraça da pandemia que estamos a viver. Algum dia isto vai passar, e a vida, que não voltará a ser a mesma, continuará...

Sejam felizes, protejam-se, cuidem-se e respeitem.

Scottish
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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Desabafos das Presidenciais 2021

O blog tem sido durante muito tempo plataforma para o programa "Conversas de Barbearia", que felizmente tem tido muita aceitação. Deixem-me dizer que superou e muito as expectativas iniciais, e estou muito feliz por isso, mas é tempo de "dar mais vida" a esta casa.
Tenho vontade de escrever, e o tema "mais quente" do momento, pandemia à parte, é o rescaldo das eleições presidenciais do passado domingo. Venceu quem todos sabíamos que ia vencer. A única dúvida, se é que realmente havia, era se o Professor Marcelo Rebelo de Sousa iria necessitar de uma segunda volta para a reeleição. Ficou tudo definido à primeira volta, com o Professor a conquistar 60,7% dos votos e a vencer em todos os concelhos do país. Surpreendidos? Penso que não. 

Tenho vontade de escrever, e o tema "mais quente" do momento, pandemia à parte, é o rescaldo das eleições presidenciais do passado domingo. Venceu quem todos sabíamos que ia vencer. A única dúvida, se é que realmente havia, era se o Professor Marcelo Rebelo de Sousa iria necessitar de uma segunda volta para a reeleição. Ficou tudo definido à primeira volta, com o Professor a conquistar 60,7% dos votos e a vencer em todos os concelhos do país. Surpreendidos? Penso que não. 

Já li publicações nas redes sociais a questionar os portugueses pela reeleição de MRS, um Presidente que, e cito, "tem ajudado o Governo a cometer erros e mais erros" (a frase é light...). Logicamente cada um pode dizer o que quiser, mas a pergunta que faço é esta. Se não estivesse o Professor, em quem votaríamos para o cargo mais alto da nação? A Ana Gomes, que nem contou com o apoio oficial do Partido Socialista? O André Ventura, sobre o qual escrevo a seguir? O comunista João Ferreira? A bloquista Marisa Matias? O liberal Tiago Mayan? O Vitorino Silva, mais conhecido pelo Tino de Rans? Não vale só dizer que o povo "escolheu mal", há que dizê-lo apontando alternativas, e convenhamos que nestas eleições não havia. 
Era ponto assente que MRS teria de suceder a si próprio, mas "a confiança agora renovada pelos portugueses é tudo menos um cheque em branco". E de facto tem razão, pois a exigência nos próximos cinco anos vai ser muito maior. A principal preocupação é, como não podia deixar de ser, a pandemia. Acredito que tudo fará para que não tenhamos uma "pandemia infindável, uma crise económica sem termo à vista", e acrescentou que os portugueses também não querem "nem uma radicalização e um extremismo nas pessoas, nas atitudes, na vida social e política". Lamento dizer Sr. Presidente que há coisas que no mandato agora renovado não conseguirá eliminar. Essa radicalização, o extremismo em pessoas, nas atitudes, na vida social e principalmente na política está para durar.
A pandemia, que já vivemos há dez meses, alterou por completo o mundo, e infelizmente em Portugal a pandemia não tem sido bem gerida. Vejamos o que se está a passar em Portugal com as mortes por Covid-19, onde hoje batemos o record com 291. Em 2021 os casos dispararam para números nunca pensados e a tendência é continuarem a subir. E isto pelas asneiras enormes que se fizeram no Natal e no Fim de Ano. A culpa de tanta asneira é principalmente do povo, que não há forma de entender que TEM DE FICAR EM CASA. Mas politicamente há responsáveis. O Governo "borrou a pintura" com o suavizar das medidas para que houvesse Natal, com a aceitação do Sr. Presidente da República. O Primeiro-Ministro António Costa já assumiu toda a responsabilidade pelo que se está a passar devido a essa má decisão, e é precisamente isso que não entendo. O que é assumir a responsabilidade de uma asneira grosseira, que aliada à estupidez do povo que não entendeu que tinha de ficar em casa e não fazer festas, resultou em 4106 mortes desde o dia 1 de Janeiro? É como os treinadores de futebol quando perdem que depois dizem que são os responsáveis mas continuam a treinar? Se perdem muitos jogos seguidos são despedidos... 
António Costa assumiu a responsabilidade pelo que sucedeu no Natal e Fim de Ano, mas o que fez? Niente, nicles, zero! Ficou bem, ou mal, na foto e mais nada. Se fosse um político a sério colocava de imediato o seu lugar à disposição, por muito que o Presidente da República não queira um tsunami político. Aconteceu sim um tsunami de Covid-19 que está a levar o SNS à rutura total, todos os dias aumentam os números de mortes, somos o país do mundo com mais mortes por milhão de habitantes, e não vemos o fim desta vaga, que não sei se é a segunda ou a terceira...
E isto leva a André Ventura e o porquê dos resultados que conseguiu no domingo. Ninguém pode acreditar que temos quase 12% do eleitorado convertido ao fascismo, ou que agora o pessoal deu em ser xenófobo, ou contra os lábios vermelhos. Nada disso! O que se passa é que o povo está MUITO FARTO! Farto de tanta asneira, incompetência, corrupção, nepotismo, esquecimento de grande parte do país, não sermos tratados todos por igual, todos castigados para não se castigar quem afunda economicamente o país (vá-se lá saber porquê...), e todos os partidos são responsáveis pela situação actual. TODOS! Nos governos de direita o PSD e o CDS. Nos governos de esquerda o PS, a CDU, o BE. Ou seja, TODOS! Por isso surgem novos partidos, como aconteceu nas últimas legislativas com o Chega, o Livre, a Iniciativa Liberal e o Aliança. O destaque vai para o Chega de André Ventura, que no domingo esteve perto de conseguir o seu objetivo nas Presidenciais 2021, ficar em segundo e "derrotar a esquerda". Não conseguiu, mas não foi por muito, no entanto estes resultados merecem uma profunda reflexão de todos. 
Como explicar que o André Ventura tenha ficado em segundo no Alentejo, derrotando os candidatos de esquerda? Simples. Estamos MUITO FARTOS DE QUE SE ESQUEÇAM DOS ALENTEJANOS! Foi, de forma muito clara, um voto de protesto dos alentejanos, e não só, que vivem efetivamente no Alentejo. Ou pensam que de um dia para o outro passámos a ser de extrema-direita? A resposta é óbvia, NÃO. Surge outra pergunta pertinente. Votar em André Ventura é a melhor forma de protestar? A minha resposta é NÃO, porque estou bem longe dessa ideologia, mas para 28404 dos 152778 alentejanos e não só que votaram no domingo, foi a forma escolhida para protestar o abandono que há décadas assistimos na nossa região. Bastou que André Ventura falasse naquilo que muitos querem ouvir para conquistar votos. Conseguiu enaltecer o sentimento de revolta em muita gente e ganhou terreno. Ficou em segundo nos três distritos do Alentejo e venceu em quatro freguesias (São Vicente e Ventosa em Elvas, Póvoa de São Miguel em Moura, Sobral da Adiça em Moura e a freguesia de Mourão). Além disto foi a segunda escolha na zona interior do país, atrás de MRS. Ou seja, os problemas que temos de abandono do interior conduziram a uma votação para André Ventura acima do esperado. Pelo menos para mim...
A reflexão a fazer por parte dos principais partidos é que o Chega não é uma moda que com o tempo vai esvaziar como se tratasse de um balão. Vai seguramente a mais, como tem acontecido noutros países da Europa, onde este tipo de partidos tem conseguido ganhar rapidamente terreno às siglas mais tradicionais. O Vox em Espanha foi fundado em 2013 e já é a terceira força política com maior representação no Congresso. Motivo? O mesmo de sempre. Todos pensam no seu próprio umbigo e o povo que se lixe.
Governo e oposição, ou metem "botas à ribeira" ou vai haver muita confusão daqui prá frente. Façam política a sério, política para o país, ou pode rebentar uma "bomba". No domingo foi o primeiro aviso. O segundo está ao virar da esquina com as Autárquicas em Outubro. Depois não se queixem, nem venham com a resposta fácil de que este movimento acontece em muitos países da Europa. Mexam-se!

Por último quero parabenizar o Professor Marcelo Rebelo de Sousa pela vitória nas eleições, uma candidatura apoiada oficialmente pelo PS, PSD, CDS e PAN. A reeleição de MRS não foi só uma vitória da direita, como alguns líderes partidários deram a entender, também foi de uma parte da esquerda portuguesa. Vão ser cinco anos duros, que começam com a continuação do combate à pandemia, mas com uma maior exigência dos portugueses para que os governantes actuais e possíveis futuros governantes trabalhem a sério para TODOS NÓS. Vamos a isso. 
E também quero "dar uma orelhada" a quem ficou no sofá, confinados à parte, e não foram exercer o dever cívico de votar. Uma abstenção de 60,51% é para ficar muito preocupado. Podemos não gostar de política, dos políticos, mas o voto pode expressar tudo isso. Ficar em casa é que não!

Scottish
Uma paixão, uma opinião pessoal

Foto: RTP