quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O problema do Estacionamento


Muito se falou, se tem falado, e se falará do Estacionamento em Elvas. Foram vários os blogues que apresentaram este assunto, e eu apenas irei postar a minha perspectiva.
O problema é diferenciado, pois nos bairros exteriores ao Centro Histórico a situação é menos preocupante, mas na zona intra-muros as complicações são mais que muitas.

Além de que são vários os tipos de pessoas que têm necessidade de estacionar o carrinho, como os residentes, os que trabalham no centro histórico, os que simplesmente vão às compras, ou os visitantes interessados em conhecer a nossa cidade.
O problema é comum a estes grupos, mas as necessidades são distintas para cada um.

Temos de ver que os residentes são claramente os que tem o problema mais complicado de resolver. A Câmara aos poucos foi retirando lugares disponíveis nas diversas artérias da "cidade", situação que até concordo para despoluir e embelezar a zona histórica. Certo é que em alguns casos não foi bem sucedida, como por exemplo o tão falado Largo da Misericórdia... Mas a eliminação de lugares para estacionar no centro histórico, não pode ser uma decisão a pensar exclusivamente na requalificação da zona. Há que pensar também nos residentes, pois assim só se agrava o problema da desertificação da "cidade".
Todos gostamos de ver o pópó o mais perto da porta de casa, e convenhamos que em muitas zonas do centro histórico a tarefa é manifestamente impossível.

Para quem vive nos bairros mas tem o seu trabalho na "cidade", o problema é parecido, pelo menos durante 8 ou mais horas por dia. Todos tentam colocar o carro o mais perto do seu trabalhinho, e só vão para os parques como último recurso. Primeiro pelo comodismo exagerado que temos, pois não gostamos ou queremos andar muito. Segundo porque se fizermos contas, o parquímetro leva-nos uma boa quantidade de euros por mês, e com a malfadada crise que há...

O Parque Subterrâneo José Rondão Almeida veio dar alguma resposta a estes problemas, com 240 lugares distribuídos por 3 pisos, numa obra que custou à Câmara cerca de três milhões e meio de euros. Foi um investimento assinalável "para colmatar a falta de estacionamento para quem pretende demorar pouco tempo no centro histórico", como disse o Presidente da Câmara. Para os que trabalham no centro histórico, os que vão às compras ou os turistas, esta é uma boa solução.
Os preços é que poderão não ser os mais apropriados para a carteira! Daí sermos tantos a tratar de evitar estacionar no Parque para poupar o euro da praxe...
Será que tamanho investimento trouxe a satisfação de todos? Haverá respostas para todos os gostos. Eu penso que sim, pensando em especial na ideia de resolver a falta de estacionamento para quem pretende demorar pouco tempo no Centro Histórico. No entanto é uma solução cara!
A Câmara tem de tirar "talhada" deste problema, pois com investimento, tem de haver contrapartidas. É legitimo, e qualquer cor política na Câmara faria o mesmo.

Com a eliminação de lugares disponíveis, e os custos que podem trazer os estacionamentos nocturnos nos diversos parques, creio que haverá quem pense em vender o seu carro. O preço de deixar o pópó mensalmente no Parque Subterrâneo é tão elevado, que fazendo contas por alto, alguns dos utentes deixam de contar com um dos seus ordenados durante o ano para estarem tranquilos.
O Parque Subterrâneo, o Parque do Mercado Municipal, o fosso ao lado da ESAE, o Parque da Shell, ou o Parque do antigo mercado, não resolvem o problema para os residentes das ruas centricas. Para agravar isto temos os "amigos do alheio", que chamam um "figo" deixar o carro longe dos olhares dos proprietários, para assaltarem com mais à vontade.

Outra situação é a falta de civismo de alguns com o deixar o carro em segunda fila para ir às compras. Torna-se por vezes necessária a intervenção da PSP para solucionar o problema, e depois há a normal ronda dos agentes pelos parques a ver quem tem o ticket à vista, ou se está ainda dentro do horário que pagou. É a habitual caça à multa, que é legitimo e há que sancionar os infractores. Mas por culpa da falta de civismo, aqueles que chegam uns minutos depois da hora que marca o ticket "levam" com os agentes da autoridade. Há uns que aceitam as desculpas e deixam passar a infracção, mas há outros que não. Com isto não digo que deveriam fechar os olhos constantemente, mas tem de haver sensibilidade para ver que há situações que podem ser perdoadas.
Tudo isto "enerva" mais o problema e creio que com bom senso se podem evitar. Mais quando a crise aperta, e todos contamos os cêntimos para chegar ao fim do mês...

Este problema tem pano para mangas não acham?

Uma Paixão, uma opinião pessoal!

2 comentários:

Anónimo disse...

Por norma um tema, não existe isolado. O "deserto" em que se vai aos poucos tornando o Centro Historico, é tambem devido ao problema do estacionamento. Temos tido a desgraça de por norma os "representantes do povo" morarem quase sempre fora das muralhas. Não sentem os problemas. Um deles que gosta de ir à "Serra", em dado momento queria explicar que o Largo do Colégio(onde ninguem mora) e o Largo do Museu da Fotog. eram "bons" para deixar as viaturas. Mas ele punha todos os dias o automóvel à porta(Rua de Portalegre. Mas o assunto não se resolveria nem com o Rondão de Almeida(o parque) de borla, pois logo pela manhã os moradores locais teriam de retirar os ditos. Só com um local fixo por rua para os poucos heróis que resistem em morar no centro é que se poderia ir encontrar uma solução. Já nem seriam muitos, mas o tempo vai resolver o assunto, pois pouco a pouco váo ser menos a morar lá. É o mesmo problema da maternidade, como temos poucos nascimentos fechou e em contrapartida a Câmara tentou resolver o envelhecimento da população com o FORNO CREMATÓRIO. Isto é tudo planeado pelo Zé...

Anónimo disse...

Fará sentido falar de problemas de estacionamento numa cidade tão pequena como a nossa? Não me parece, creio que é antes um problema de comodismo.