sábado, 1 de maio de 2010

Tempo de Magia (#15)

Se houve um jogador efectivo no seu jogo simples e de rápidos movimentos, esse foi James Worthy. Tive o privilégio de ver muitos jogos pela TV deste jogador, eleito como um dos 50 melhores da história da NBA, sendo o finalizador do mais conhecido e emblemático sistema de jogo, o "showtime". Depois dos Lakers defenderem bem e recuperarem a posse de bola, Magic Johnson iniciava rapidamente o contra-ataque, "inventando" passes de por o público de pé para o habitual destinatário "Big Game James". Sempre de cara séria, com os óculos que o caracterizaram, teve uma carreira notável, de excelentes números que terminaram na conquista de 3 títulos da NBA.

Vindo de uma pequena localidade chamada Gastonia (Carolina do Norte), cedo destacou pela sua rapidez de movimentos simples e de grande efectividade. Worthy foi All-American High School Player pela Ashbrook High School da sua terra natal, tendo chegado à final estadual onde foi derrotado, mas com médias impressionantes de 21,5 pontos e 12,5 ressaltos por jogo.
Ingressou na University of North Carolina, tendo colegas que seriam futuras estrelas da NBA como Sam Perkins ou sua alteza Michael Jordan. Conseguiu na sua última época conquistar o campeonato da NCAA, derrotando na final os Hoyas de Georgetown, liderados por Pat Ewing. O 63-62 final para a UNC teve o contributo de James Worthy com 28 pontos coroando a final com o título do Most Outstanding Player.

Em 1982 foi eleito número #1 do draft pelos Los Angeles Lakers, naquela que foi a última vez que o campeão da NBA teve a possibilidade de ter a primeira escolha. Ainda bem que "Big Game James" foi para a minha equipa, pois desde o primeiro momento gostei da forma simples mas efectiva que o fazia brilhar em campo.
12 épocas como profissional, apenas manchada com um mau passe em Boston no jogo 2 das Finals de 84, interceptado por Gerald Henderson que empatou a partida levando-a para prolongamento. Os Celtics venceram a série em 7 jogos, e todos recordam o mau passe de Worthy, que poderia ter levado a vitória para LA.

Não tardou a vingança da equipa de Pat Riley, pois no ano seguinte chegaram novamente às Finals e contra os Celtics. Worthy esteve intratável, com uma média soberba de 23,7 pontos por jogo, e com uma percentagem de escandalo de 62,2% nos playoffs. Vitória por 4-2, conquistando o primeiro anel mas o prémio de MVP foi para Kareem Abdul-Jabbar.
Uma lesão num olho na eliminatória contra os Utah Jazz, obrigaram-no a ter de usar os famosos óculos de protecção até ao final da sua carreira.

Em 87 chegou o segundo anel, batendo novamente nas Finals os eternos rivais Boston Celtics por 4-2. Foi a décima vez que os dois clubes se enfrentaram para o título. Magic Johnson foi o MVP da série.
No ano seguinte houve "repeat". Os Lakers venceram o segundo campeonato consecutivo, numa década marcada pela grande evolução das equipas da NBA, dificultando a possibilidade dos campeões repetirem vitória. Estas Finals foram a cereja no topo do bolo para James Worthy, tendo sido o MVP de uma série de enorme qualidade. Os Lakers venceram os Detroit Pistons por um apertadissimo 4-3, com um 108-105 no séptimo jogo. Era o início da era "Bad Boys", que com o seu jogo físico pressionaram e muito a rapidez dos Lakers.
Um ano depois as duas equipas voltaram a enfrentar-se nas Finals, mas as lesões de Magic Johnson e Byron Scott condicionaram os Lakers que foram presa fácil para os Pistons liderados por Isiah Thomas.

Ainda chegou a mais uma série final em 1991, a sexta, contra os Chicago Bulls de Michael Jordan. Foi um passeio de Chicago, que depois de perder o primeiro jogo venceu os quatro seguintes. James Worthy e Byron Scott lesionaram-se no jogo quatro dando o primeiro título a Jordan.

O post vai longo, mas "Big Game James" foi um jogador que sempre gostei, pois identifico-o com o período que mais marcou a minha paixão por esta modalidade.
Actualmente é comentador para o canal de TV dos Lakers e analista da NBA para a KCBS em LA.
Foi All-Star por sete vezes, e os Lakers retiraram a camisola #42 em sua honra. Passou a integrar o Hall of Fame em 2003.



Scottish
Uma Paixão, um Tempo de Magia

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